Pode haver "acidentes terríveis" no mar se as
mudanças da tripulação continuarem bloqueadas por restrições devido ao
coronavírus, disse à CNBC esta semana a Câmara Internacional de Navegação
(ICS).
Dos 1,2 milhões de tripulantes embarcados, cerca de 100.000
costumam deixar seus navios todos os meses para cumprir os regulamentos
marítimos internacionais que protegem sua saúde, segurança e bem-estar, de
acordo com uma declaração conjunta da ICS e da International Air Transport
Association.
No entanto, essas mudanças de tripulaçao foram prejudicadas devido
à pandemia de coronavírus que matou quase 145.000 pessoas e infetou mais de
2,15 milhões de pessoas em todo o mundo.
"A questão dos
marítimos e seu bem-estar é crucial, e se esse problema for prolongado por
muito tempo, poderão acontecer problemas de stress e de saúde e, eventualmente,
poderá acontecer alguns acidentes terríveis", disse Esben Poulsson,
presidente da o ICS.
Devido a restrições impostas pelos governos, não existem voos
para os marítimos voltarem para casa ou para portos, enquanto os protocolos de
imigração e exames de saúde também estão impedindo as “mudanças de tripulação
necessárias”, diz o comunicado.
Ele explicou que alguns funcionários que atravessam
fronteiras internacionais para serviço estão sendo afetados por "restrições nacionais projetadas para
passageiros e pessoal não essencial" e que "poderiam comprometer desnecessariamente a capacidade das companhias
aéreas e das companhias de navegação de manter as cadeias de abastecimentos
globais em operação".
As duas associações comerciais estão pedindo aos governos
que facilitem as trocas de tripulação de navios, tendo a IATA oferecido a ajuda
de companhias aéreas para transportar os trabalhadores marítimos de e para
aeroportos designados, para que possam voltar para casa ou substituir outros
membros da tripulação.
"Sem querer
parecer excessivamente dramático, pensamos que isso é potencialmente um pouco
de uma bomba-relógio", disse ele na sexta-feira à CNBC.
"Trabalhamos com
a IATA em várias maneiras de resolver
esse problema, mas precisamos que os governos ajam e precisamos que eles ajam
agora", acrescentou.
Poulsson disse que o Japão, Hong Kong e Singapura permitiram
mudanças de tripulação em "certas circunstâncias".
"Nós apenas precisamos, que outros governos façam
o mesmo