quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Os pequenos e elegantes "carreireiros"

Era uma vez, uns pequenos e elegantes barcos, construídos em madeira, que abasteciam o Porto Santo de tudo o que este necessitava, e transportavam para a Madeira o que a ilha produzia.


Carreireiros-atracados-a-braço-dado
Carreireiros atracados a "braço-dado" no cais da vila

Carreireiros-atracados-a-braço-dado
Arriaga e Devoto, atracados



Tripulados por gente audaz, estas embarcações marcam uma época, já esquecida pelos mais velhos e desconhecida pelos mais novos, em que o transporte marítimo era muito difícil e em nada comparável aos dias de hoje.
Não havia motores, nem guindastes, não havia os modernos apoios e equipamentos de navegação nem a segurança de meios de busca e salvamento disponíveis nos dias que correm.



Carreireiro


Apesar disso, os valentes marinheiros faziam-se ao mar, em condições por vezes difíceis, com ventos e mar que faziam temer o pior.
Sem porto e com uma baía protegida dos ventos de norte, mas muito exposta aos ventos de sul, e quando chegava o mau tempo, ("tempo de sul") eram obrigados a varar os barcos á pressa para não correr o risco dos mesmos encalharem.



Carreireiro-mau-tempo
Carreireiro á "garra" com meu tempo


Uns maiores, outros mais pequenos, todos tinham o mesmo tipo de construção, com duas proas, forma ogival, com quilha, roda de proa e cadaste, e tabuado do forro liso. Eram barcos com convés corrido, com uma escotilha elevada ao centro, a vulgarmente chamada "camara" onde se abrigavam os passageiros, um mastro á proa, onde originalmente armavam uma vela carangueja, e mais recentemente um pau de carga onde, com o auxílio do molinete da proa, que também era usado para recolher a amarra, se fazia a carga e descarga das mercadorias mais leves.



Carreireiro


O cargueiro "Madeirense"


Carreireiro
Carreireiros na baía do Porto Santo


Com a introdução dos motores, as viagens tornaram-se mais rápidas, rondando as 4 ou 5 horas em condições de bom tempo. Na década de oitenta foram feitas algumas alterações ao design original, primeiro, do "Devoto Santíssimo" e depois do "Arriaga" onde se alterou a popa para painel e introduziu-se a casa de leme nos dois restantes. "Maria Cristina" e “Cruz Santa".



Devoto-Santissimo
Devoto Santíssimo chegando do Funchal, década de 80 do século XX



MS "Astor" estreia no Porto Santo


Maria-Cristina
Maria Cristina encalhado na Praia década de 90 do século XX


Infelizmente o tempo e a evolução de nada se compadece, e, com a construção do porto, a chegada de navios maiores e a era do contentor, em poucos anos esses lindos barcos desapareceram
Foi construída uma réplica do "Maria Cristina", que durante algum tempo operou do mercado turístico, mas foi enviado para o Caniçal onde aos poucos está a degredar-se.



Replica-Maria-Cristina
Replica do Maria Cristina, anos 90 do século XX

Estreia do "Hanseatic Inspiration" no Porto Santo


Ficaram as memórias, as histórias de que lá trabalhou, e algumas fotos. Na minha opinião as autoridades competentes deveriam criar um núcleo museológico onde pudesse ser exposto todo o historial destes BARCOS que tão importantes foram para as gentes do Porto Santo.


Se alguém se achar no direito de reclamar a autoria de algumas das fotos por favor contacte-me que eu as retirarei, o que seria uma perda para a informação deste post.


Seabourn Odyssey regressa ao Porto Santo




terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Estreia do MS Amera no Porto Santo

O MS Amera, esteve pela primeira vez no Porto Santo hoje, ultimo dia de 2019, com cerca de 800 passageiros, tendo chegado por volta do meio-dia e saído para o Funchal ás 18h.




MS Amera


Vard vai construir dois novos navios de cruzeiro de luxo para a PONANT


Como é normal com navios de dimensões consideráveis, o MS Amera fundeou, sendo o desembarque de embarque dos passageiros efetuado com recurso às baleeiras do navio.
O MS Amera (Ex Royal Viking Sun, Ex Seabourn Sun e Ex Prinsendam) é operado pela Phoenix Reisen, operador este, que, desde alguns anos, com os seus navios MS Amadea e MS Artania, tem escolhido o Porto Santo.



MS Amera



O MS Amera foi lançado em 1988 como Royal Viking Sun para a Royal Viking Line e foi renomeado como Seabourn Sun quando a Seabourn Cruise Line adquiriu o navio em 1999. Em 2002, a Seabourn Cruise Line transferiu o navio para a Holland America Line, sendo renomeado como Prinsendam.



No verão de 2018, o Prinsendam foi vendido á Phoenix Reisen, ficando no entanto, afretado á Holland America Line, que o operou nos cruzeiros programados até 1 de julho de 2019. Em 2 de julho de 2019, entrou na Doca 11 no Blohm + Voss em Hamburgo para conversão e tendo saído em agosto de 2019 já como o atual nome.



MS Amera



 Caracteristicas


Classe e tipo: Cruzeiro
Tonelagem: 38.848  GT
Comprimento:  205,5 m
Boca: 28,0 m
Calado: 7,2 m
Decks:  9 decks de passageiros
Velocidade: 22 nós max 18 serviço
Capacidade: 835 passageiros
Equipe técnica: 443

Ulstein lançou o "National Geografic Endurance"



O “Fridtjof Nansen”, da Hurtigruten, concluiu as provas de mar




segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Evergreen encomenda 4 porta contentores de 1800 TEU´s


A Evergreen fechou um contratou com os estaleiros sul-coreanos Hyundai Mipo Dockyard para construção de quatro navios feeders, de 1 800 TEU de capacidade, avaliados em 95 milhões de dólares.


Evergreen
Photo Seabreezess

CMA CGM começa a utilizar biocombustível



Os novos navios serão construídos de acordo com as especificações Con-Green, desenvolvidas pelos estaleiros, pela MAN e pela DNV para cumprimento das regras EEDI, Fase 3 da IMO, e serão entregues a partir de 2021.
Hyundai Mipo Dockyard  com uma capacidade total de 557 mil TEU, praticamente a capacidade atual da companhia de Taiwan, que é de 566 mil TEU com uma frota 109 navios.




Navios ConRos a GNL, recebem prémio de barco do ano