O navio de pesquisa alemão “Polarstern” chegou ao seu porto de origem após completar uma notável expedição ao Oceano Ártico.
O navio passou um ano no polo norte, grande parte dele com
os motores desligados para que pudesse simplesmente flutuar no gelo marinho,
tendo como objetivo estudar o clima do Ártico e as suas mudanças.
E o líder da expedição, Prof Markus Rex, voltou com um
aviso. "O gelo marinho está desaparecendo”.
Photo//STEFFEN GRAUPNER/BBC |
O navio quebra-gelo, “RV Polarstern”, ficará retido no gelo do Ártico, de propósito
“A região está em risco. Pudemos testemunhar como o gelo
desaparece e em áreas onde deveria haver gelo com muitos metros de espessura, e
mesmo no Pólo Norte, esse gelo havia desaparecido", disse o cientista do
Instituto Alfred Wegener numa entrevista em Bremerhaven na segunda-feira.
O gelo flutuante diminuiu para pouco menos de 3,74 milhões
de quilômetros quadrados. A única vez que esse mínimo foi superado na era dos
satélites foi em 2012, quando o gelo acumulado foi reduzido para 3,41 milhões
de quilômetros quadrados.
O cruzeiro com um custo de € 130 milhões (£ 120 milhões / $
150 milhões) partiu de Tromsø, na Noruega , a 20 de setembro do ano passado. O
projeto foi denominado Observatório Multidisciplinar de Deriva para o Estudo do
Clima Ártico (MOSAiC).
Ao todo, centenas de
especialistas e cientistas de 20 países diferentes permaneceram no navio
alemão, que deslizou ao longo do gelo após a chamada deriva polar, a corrente
oceânica que flui de leste a oeste no oceano Ártico.
A ideia era recriar a viagem histórica do pesquisador polar
norueguês Fridtjof Nansen, que realizou a primeira deriva de gelo no Oceano
Ártico há mais de 125 anos.
RV” Polarstern” entrou no gelo do lado siberiano da bacia do
Ártico com a intenção de flutuar no topo do mundo e sair a leste da
Groenlândia.
Os cientistas também estudaram a vida sob o gelo e
recolheram amostras de água para analisar o plâncton vegetal e as bactérias. O
objetivo é entender melhor o funcionamento do ecossistema em condições
extremas.
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Fonte//BBC